Nova agremiação vai reunir as maiores bancadas da Câmara e do Senado
Em Mucuri, prefeito, vice-prefeito e quatro vereadores farão parte da nova legenda
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prefeito Robertinho, vice Vanderlei e os vereadores Dema, Diney, Roberto Jr. e Valzinho na mesma legenda |
Segundo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, haverá uma um regime inicial de co-presidentes, com Rueda e o atual presidente do PP, Ciro Nogueira, no comando da federação, sem um superior hierárquico. Essa dinâmica deve ocorrer até dezembro e, para 2026, outra escolha será feita.
MUCURI
Com a nova federação, PP e União Brasil passam a contar com seis representantes na atual conjuntura política e administrativa de Mucuri. Daqui por diante, deverão fazer parte da mesma legenda o prefeito Roberto Carlos Figueiredo Costa (Robertinho), o vice Vanderlei Rezende Figueiredo e os vereadores Ademilson Ferreira Neves (Dema) e Ediney Alves de Oliveira (Diney Drinks), que foram eleitos pelo PP, além dos dois eleitos pelo União Brasil - Roberto Silva dos Santos Junior (Roberto Jr.) e General Pereira Miranda (Valzinho Embalador).
PESO POLÍTICO NA ESFERA FEDERAL: QUASE R$ 1 BILHÃO DE FUNDO PARTIDÁRIO
No caso da Câmara dos Deputados, a federação União-PP terá a maior bancada, superando o PL, de Jair Bolsonaro, que tem 92 deputados. Já no Senado o grupo empata com o PSD e com o PL pelo posto de maior bancada. Juntos, os partidos teriam ainda um fundo partidário quase bilionário, de R$ 954 milhões, além de seis governadores e 1.343 prefeitos, a maior quantidade entre as legendas.
A reunião do União Brasil que sacramentou a federação contou a presença de Rueda, do primeiro vice-presidente do partido ACM Neto e do ministro do Turismo, Celso Sabino.
Apesar de o acordo ter sido fechado, já há grupos que avaliam sair na próxima janela partidária, que acontece em abril do ano que vem e permite que deputados troquem de legenda sem perderem o mandato. Estão nesse grupo deputados como Mendonça Filho (União-PE) e Pauderney Avelino (União-AM), egressos da cúpula do antigo DEM, mas que terão conflitos regionais com nomes do PP.
NA BAHIA
Já deputados do PP da Bahia, que são aliados do PT, também ameaçam deixar a sigla, visto que o União Brasil baiano é oposição ao partido e tem mais força no estado.
Há ainda um conflito na Paraíba entre o senador Efraim Filho (União-PB) e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) que envolve disputas por vagas de candidaturas nas eleições estaduais de 2026. Apesar disso, os parlamentares ainda vão tentar um acordo quando estiver mais próximo da eleição.
Outro atrito que a cúpula da federação vai ter que administrar é a intenção do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de ser candidato a presidente.
O líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), sinalizou que a pré-candidatura de Caiado ainda precisará ser discutida para ser mantida no ano que vem.
— O Caiado é um governador que tem legitimidade para falar e pode contribuir muito com o Brasil. A pré-candidatura dele precisa rodar. Ele precisa conversar, ele precisa dialogar com com o campo que ele faz parte Ele precisa falar para o Brasil. O Goiás já conhece ele bem e pelas avaliações tem sido muito positiva a gestão dele, mas ele também tem que compreender que está dentro de um partido plural e que agora vai fazer uma federação. E essa federação pode vir outros outros pretendentes. Partido é isso, partido não pode ser levado por debaixo do braço de braço de A, de B e de C.
Por sua vez, ACM Neto minimizou as discordâncias sobre a pré-candidatura de Caiado.
— O próprio presidente Ciro Nogueira já disse que respeita a candidatura de Ronaldo Caiado, que vai ter o direito de se movimentar pelo país, de conduzir sua agenda, de tentar se viabilizar. Assim como o Progressistas apresenta o nome da senadora Tereza Cristina. Todos nós temos a compreensão da responsabilidade com o Brasil. O desejo é que a gente possa ter um papel decisivo, possa ser protagonista na construção de uma candidatura que seja alternativa que o Brasil vive hoje com seu governo.
O vice-presidente do partido também declarou que a expectativa é ter a federação aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o fim do primeiro semestre deste ano. Além disso, ele citou que os deputados Mendonça Filho e Kim Kataguiri (União-SP) se manifestaram contra a federação durante a reunião de hoje, mas que o resto dos presentes apoiaram.
De oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito declarou que a federação precisará definir se terá ou não alguma participação no governo.
— Muitos membros do União Brasil e do Progressistas, como por exemplo eu, defendem que o partido não tenha participação nenhuma no governo. Levando em consideração que nenhum dos partidos integra a base do presidente Lula.
O União tem o deputado Celso Sabino como ministro do Turismo e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), apadrinhou os ministros Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico Siqueira (Comunicações). Já o PP está representado na Esplanada com o ministro do Esporte, André Fufuca.
Questionado sobre a possibilidade das legendas pedirem para os ministros saírem dos cargos, ACM Neto declarou que isso precisa ser conversado.
— A gente não está discutindo isso agora. Isso vai ser discutido em outro momento, depois que a federação for formalizada, depois que todo esse passo a passo de registro for realizado. Cada um tem a sua opinião e vamos democraticamente decidir.
Outro que precisará convencer a cúpula dos dois partidos para manter suas pretensões eleitorais é o senador Sergio Moro (União-PR), que deseja concorrer ao governo do Paraná. O deputado Ricardo Barros (PP-PR) e o presidente do PP, Ciro Nogueira, são rivais de Moro desde quando ele era o juiz responsável pela operação Lava-Jato. (Com informações do jornal O Globo)
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