sexta-feira, 17 de julho de 2020

PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA COM FAMILIARES PODE ENFRAQUECER BASE POLÍTICA DE PREFEITURÁVEIS



Privilégios concentrados em determinados candidatos a vereador tendem a esvaziar chapas e dificultar alcance do quociente eleitoral


Texto de: Elvacy Venâncio dos Santos*

Para ser feliz, uma família não precisa de muito, basicamente só irá necessitar da união e amor entre os seus integrantes. Essa sabedoria é uma lição de vida que nem todos seguem. Na cabeça de alguns, mais importante no seio familiar é a garantia de privilégios, como se a ordem fosse: “Para a família, tudo; para o resto, o que sobrar... Se sobrar.”

Na política, determinados grupos políticos tendem a exagerar na garantia dos privilégios para seus familiares, como se eles fossem o centro do universo. Por isso, analistas concluem que, em ano eleitoral, quando um prefeiturável, líder de um grupo político, escolhe no dedo um, dois ou mais candidatos a vereador, apenas pelo critério familiar, corre o risco de enfraquecer a base de apoio.

Ao escolherem um ou dois candidatos a vereador no meio de 20, 30 ou 60 apoiadores, não é bom para democracia, nem para a ética, ferindo o princípio da igualdade. É aquela história dos apadrinhamentos a vereador escolhido, como se fosse o único que poderá ajudá-lo a se eleger.

Isso pode fatalmente provocar uma rebelião ou esvaziamento do grupo, levando à desistência individual ou coletiva, por perceberem que estão sendo “usados” como escada para elevar uns pouco protegidos pelo suposto líder. Parentes preferidos dos prefeituraveis ferem a unidade do grupo, tornam-se atitudes desleais, injustas e tiram a oportunidade de chances iguais para todos.

Em um ano eleitoral como este, tais desvios de conduta podem gerar um motim, levando à desistência de mais da metade dos atuais pré-candidatos. Isso pode afetar até o atingimento do quociente eleitoral. No final, o tal candidato privilegiado pode até ser bem votado, mas o partido não atingirá o quociente necessário para garantir a vaga na Câmara.

Tudo isso pode provocar o famoso “coice de urna”, resultante de ações que buscam demarcar território, apadrinhando amigo confiável ou principalmente alguém da família, com a certeza de se eleger. Pré-candidatos a prefeito lançaram ou pensam lançar alguém da família, uma cunhada, um primo, um irmão e até mesmo um filho a uma vaga no Legislativo municipal.

Essa lamentável prática já é recorrente em Mucuri e, no passado recente, já provocou desde a desistência de postulantes até a falta de fidelidade de vereadores ao prefeito e seu candidato. Comenta-se que, a prosperar o apadrinhamento, pelas incertezas jurídicas e políticas que avançam galopantes sem um destino plausível, muitos fatos desagradáveis podem acontecer, mudando totalmente o rumo das coisas, como demonstram algumas pesquisas de opinião pública.

Vereador parente de prefeito direciona execução de obras e serviços, têm preferência para nomear, arrumar empregos para seus colaboradores e eleitores. Quando eleitos,  pela proximidade do prefeito, também viram dirigentes de partidos, gestores de empreiteiros, chefes dos secretários e se intitulam subprefeitos por extensão.

É bom que todos os prefeituráveis e dirigentes partidários tenham essa noção do atual contexto político, ou surpresas desagradáveis vão acontecer nas urnas, afinal o povo não é bobo.

*  Elvacy Venâncio dos Santos tem graduação superior em Marketing, ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Mucuri.


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