Velejadores
vão percorrer 650 milhas náuticas, passando por praias do sul da Bahia,
Espírito Santo e Rio de Janeiro
A
cada dia serão velejadas e remadas (se preciso) de 30 até 40 milhas náuticas
Pelas
condições favoráveis do mar, a 4ª edição da Expedição Anamauê adiantou em um
dia e saiu na tarde de quinta-feira, dia 24, da sede da Canoa Polinésia Pataxó,
na praia do Parracho, em Arraial d´Ajuda (Porto Seguro), no sul da Bahia, com
destino a Niterói (RJ), uma das maiores expedições do Brasil com 650 milhas
náuticas (aprox. 1.200 km) percorridas com chegada na praia do Jururuba, na base do Centro de
Estudos do Mar - CEM.
O
trajeto é inédito percorrendo o litoral sul da Bahia, todo o litoral do
Espírito Santo, Norte, Região dos Lagos no Rio de Janeiro com previsão de
término entre os dias 10 e 20 de janeiro de 2021. A cada dia serão velejadas e
remadas (se preciso) de 30 até 40 milhas náuticas, dias inteiros no mar sem o
auxílio de equipamentos eletrônicos, apenas bússola e carta náutica.
Na
véspera de Natal, os tripulantes percorreram cerca de 30 milhas náuticas por
cinco horas até a praia de Corumbau, distrito da cidade de Prado (BA) e no dia
de Natal estiveram a caminho da praia do Prado, com percurso de mais 30 milhas.
A
previsão inicial é de 17 dias de expedição podendo ampliar ou ser mais rápida
de acordo com as condições de vento e do mar. Os atletas navegam sem auxílio de
equipamentos eletrônicos, apenas com carta naútica e bússola e a expedição pode
ser acompanhada pelo aplicativo SPOT pelo link
https://maps.findmespot.com/s/FZ3J
"Fizemos
em meio dia nossa primeira parada no trajeto, na ponta do Corumbau, lugar super
reservado na Bahia. Nosso destino hoje é Prado. Queríamos ir para Caravelas
direto, mas a previsão não é de muito vento.. Mesmo assim mantemos nosso
cronograma de navegar/remar por 30 até 40 milhas por dia. Se o vento mudar
vamos buscar ir para Caravelas", disse Douglas Moura, de Niterói (RJ), um
dos líderes da expedição com o capixaba de Regência, Ranin Thomé.
Os
atletas estão levando seus mantimentos e equipamentos de dormir para quando não
tiverem abrigo poderem dormir nas praias
mais remotas pelo litoral.
Confira
a programação do trajeto dos remadores e velejadores:
Dia 1
- Arraial D´Ajuda - Ponta do Corumbaú (BA): 30 milhas náuticas
2 - Ponta
do Corumbaú (BA) - Prado (BA): 30 Mn
3 - Prado
(BA) - Caravelas (BA): 30 Mn
4 -Caravelas
(BA) - Mucuri (BA): 30 Mn
5 -Mucuri
(BA) - Itaúnas (ES): 25 Mn
6 -Itaúnas
(ES) - Barra Nova (ES): 30 Mn
7 -Barra
Nova - Regência (ES) : 45 Mn
8 -Regência
(ES) - Vitória (ES): 40 Mn
9 -Vitória
(ES) - Guarapari (ES): 35 Mn
10 - Guarapari
(ES) - Marataízes (ES): 30 Mn
11 - Marataízes
(ES) Barra de São João (RJ): 35 Mn
12 - São
João da Barra (RJ) Campos (RJ): 30 Mn
13 - Campos
(RJ) Macaé (RJ): 35 Mn
14 - Macaé
(RJ) Búzios (RJ): 20 Mn
15 - Búzios
(RJ) Arraial do Cabo (RJ): 25 Mn
16 - Arraial
do Cabo (RJ) Saquarema (RJ): 25 Mn
17 - Saquarema
(RJ) Niterói (RJ): 40 Mn
Tripulação:
Douglas
Moura, natural de Niterói (RJ), mora em Jurujuba, tem 39 anos, fundador do
Icarahy Canoa Clube, Niihau Aventuras Controladas e do Centro de Estudos do
Mar. Capitão Amador, co-fundador do Anamauê e desbravador de diversas rotas de
navegação de canoa havaiana e polinésia. Ele é atleta de Canoa Havaiana desde
2005. Em competição disputou provas como a Rio VA`A, Santo Amaro, Vendee VA`A
(maior da europa e 2ª maior do mundo, na França), Vancouver Island Challenge
(Canadá); Lotus VA`A Challenge.
Ranin
Thomé, 31 anos, natural de Regência (ES), é oceanógrafo, instrutor e atleta de
Va´A, do clube CPP Extreme. Apaixonado por canoa polinésia e com experiência em
velejadas, construção de canoas e longas travessias.
Dayana
Gualberto, de 33 anos, reside em Regência (ES) . Professora e instrutura de
Va´A do CPP Extreme . Idealizadora do projeto social Cablocos para o Planeta ,
experiências em travessias de vela oceânica e canoa polinésia.
Tavo
Calfat, natural de Niterói (RJ), 47 anos, desenhista industrial, velejador
desde os sete anos e remador de canoa desde os 2007. Passou boa parte da vida
em barcos à vela, já realizou travessias oceânicas e inúmeras travessias
menores. Na canoa tem títulos na Volta de Ilhabela (SP) e Rei de Búzios (RJ)
onde mora hoje em dia.
Daniel
Gomez Gnone, 25 anos, natural do Rio de Janeiro. Engenheiro de Produção.
Fundador do Granolas Mauka e remador do Calango Wa´A. Amante da natureza e do
Va´A, tendo sido criado em contato com o mar, desenvolve projetos de reciclagem
de plástico para a produção de peças para navegação.
Barbara
Guimarães, de 29 anos, nasceu em Sto. André (SP), se radicou e, Vitória (ES), é
oceanógrafa, instrutora e atleta de Va´A, do clube CPP Extreme . Apaixonada por
canoa havaiana e com experiência de longas travessias.
Sobre
a Canoa Havaiana
Canoa
Havaiana ou Polinésia, são nomes para determinar o esporte que surgiu na região
polinésia e que originalmente é conhecido como Va´A, Wa´A ou Waka. A cultura da
canoa existe há mais de 3 mil anos e elas foram inicialmente usadas pelos povos
polinésios com a necessidade de colonizar novas terras na região polinésia,
conjunto de ilhas do Pacífico que incluem Tahiti, Havaí.
Os
povos polinésios usavam canoas como meio de transporte entre as ilhas e cada
povoado construía suas canoas com características locais. No Havaí, que possui
mar agitado, as canoas possuem curvatura de fundo envergada, e no Tahiti, as
canoas possuem formato mais alongado e cockpit fechado.
No Brasil a cultura da prática do esporte da canoa havaiana ou polinésia só aumenta no decorrer dos anos para travessias, expedições e competições com destaques para clubes de canoas no litoral do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Somente em Niterói (RJ) são 33 clubes de canoa com cerca de dois mil remadores. No Espírito Santo são 21 clubes, cerca de 1.500 remadores. (Com informações do site www.osaogoncalo.com.br)