Conselho Estadual de Saúde cobra inspeção no uso de máscara, que continua obrigatório
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Marcos Sampaio, presidente do Conselho |
A segunda semana de dezembro
registrou 13.356 novos casos de Covid-19 na Bahia. Foi a maior soma semanal
desde 24 de julho, quando o estado notificou 11.821 pacientes ativos com a
doença em sete dias, conforme boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da
Saúde (Sesab). No geral, o número de casos ativos aumentou 734% a partir de
novembro. No dia 14 do mês passado havia 1.105 novos casos ativos, na
quarta-feira (14 de dezembro), exatos um mês depois, os registros subiram para
9.223.
Com a tendência de explosão de
infecções após o Natal e o Ano Novo, por conta do relaxamento nas medidas de
proteção como álcool em gel e máscara, atrasos para completar o esquema vacinal
e a circulação de subvariantes da cepa Ômicron da Covid, médicos como o
infectologista e professor na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública,
Robson Reis, alertam que é preciso evitar que o vírus se prolifere ainda mais.
USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARA: Conselho Estadual de Saúde cobra inspeção.
Colegiado requisitou que agências de
vigilância cumpram controle estabelecido em decreto estadual
O Conselho Estadual de Saúde,
órgão colegiado deliberativo e fiscalizador do Sistema Único de Saúde (SUS),
está cobrando a inspeção, por parte dos órgãos de vigilância, do controle sobre
o uso de máscara em estabelecimentos comerciais, áreas públicas e similares,
conforme o decreto nº 21.744, publicado em 29 de novembro no Diário Oficial da
Bahia, que restabeleceu o uso obrigatório do equipamento nesses espaços.
Presidente do Conselho, Marcos
Sampaio destaca a importância de os órgãos fiscalizadores cobrarem o uso das
máscaras e a apresentação do cartão de vacina para que a população possa ter
acesso aos espaços de forma segura, evitando a disseminação do vírus.
Entre as instituições
fiscalizadoras estão a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de
Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), responsável por
fiscalizar empresas privadas, nas áreas de energia, transportes intermunicipais
e comunicações; a Secretaria Municipal de Saúde, através da Diretoria da
Vigilância Sanitária, que acompanha os órgãos municipais de Vigilância Sanitária.
Além dos próprios estabelecimentos e empresas,
que têm o papel independente de realizar a fiscalização em seu ambiente,
como o metrô, a rodoviária e shoppings.
É importante que a população,
através do senso coletivo, faça uso individual da máscara
“É importante que a população,
através do senso coletivo, faça uso individual da máscara para frear a
disseminação da Covid-19, assim como também é necessário que os órgãos
responsáveis façam a cobrança da aplicação do decreto que está em vigor desde
novembro. Decreto e legislação devem ser cumpridos, as instituições precisam
ter essa responsabilidade”, diz Sampaio.
Apesar do aumento no número de
casos de Covid-19 registrados na capital e em toda a Bahia, durante o último
mês, o uso de máscara vem sendo flexibilizado pela população, situação que se agrava com a falta de uma
cobrança mais explícita pela peça, como
antes.
“A população está cansada, mas a gente precisa entender também que o vírus não foi embora, a pandemia não acabou e, eventualmente, teremos o aumento do contágio”, explica o infectologista Adriano Oliveira. “Essas medidas de proteção tanto sanitárias, quanto distanciamento, elas vão e voltarão, ao sabor do aumento da frequência do vírus na população”, afirma.
“A vacina diminui as chances
de você ter complicações”, relembra o infectologista. “Porém, ela não garante
100%, então há que se tomar outras medidas para diminuir a chance de adquirir o
vírus, de repassar e adoecer por ele. Então, a medida mais interessante é o uso
de máscara”, completa.