Pelos índices de 2010, média
de evangélicos no Município era quase o dobro da Bahia
Em todo o País, Assembleia de Deus, Congregação
Cristã no Brasil e Igreja Cristã Maranata lideram
É grande a expectativa em
torno dos resultados do Censo 2022, realizado pelo IBGE, no que diz respeito ao
perfil religioso da população. Em Mucuri, por exemplo, acredita-se que o
percentual de evangélicos vai confirmar expressivo aumento em relação ao último
censo, de 2010.
Há 13 anos, o censo mostrou
que o percentual de católicos em Mucuri era de 51,28% da população, menor que a
média da Bahia (66,31%) e também inferior à média do Brasil (65,92%).
Quanto aos evangélicos,
enquanto a Bahia mostrava um índice de 17,18% e, no Brasil, 21,02%, em Mucuri essa
parcela já alcançava 31,72% pelo censo de 2010. Por isso, muitos acreditam que
não será surpresa se o percentual de evangélicos ultrapassar a faixa dos 40%
dos mucurienses.
Outros grupos incluem as
igrejas: Espírita (1,10%), Umbanda e Candomblé (0,04%), Outras religiosidades (2,35%)
e até os que se declaram “sem religião”, que representavam, em 2010, 13,45% da
população do Município.
Veja tabela 👇
CRESCIMENTO DOS EVANGÉLICOS
Recente matéria publicada pela revista Veja mostrou que o crescimento da população evangélica no Brasil é um fenômeno extraordinário e sem precedentes. Entre 1940 e 2010, este grupo religioso saltou de 2,7% para 22,2% dos brasileiros. Todas as denominações cresceram, porém algumas vertentes como as igrejas pentecostais e as neopentecostais cresceram mais que as outras.
ASSEMBLEIA DE DEUS LIDERA:
CRESCIMENTO DE 11% EM 10 ANOS
De acordo com os primeiros
dados apurados, as líderes em abertura de templos nas últimas décadas foram as
pentecostais, tendo em primeiro lugar a Assembleia de Deus, que, entre 2010 e
2019, inaugurou mais de 9.000 igrejas abertas em todo o território nacional,
uma disparada de 115% em dez anos.
Ainda de acordo com a matéria
da revista semanal, tradicionalmente as igrejas pentecostais têm um potencial
de capilaridade imenso, particularmente em regiões mais isoladas do país ou
periféricas das grandes cidades — com frequência, os templos desempenham papéis
fundamentais de assistência às comunidades onde há pouca presença do Estado.
Entre os evangélicos,
acredita-se que os índices, que ainda precisam ser detalhados, apontem uma
representação evangélica de mais de 30% da população. Este aumento estrondoso
pode ser verificado pela impressionante expansão das igrejas protestantes, que
dobraram o número de templos na última década e hoje passam de 100 mil.
Também estão neste grupo
denominações como a Congregação Cristã no Brasil, que abriu 3.445 igrejas na
década passada (alta de 92%), e a Igreja Cristã Maranata, com 1.530 novos
templos (avanço de 35%).
AS NEOPENTECOSTAIS
Em segundo lugar no ranking da
expansão, vieram as igrejas neopentecostais. Mais concentradas em centros
urbanos, estas igrejas compartilham a dedicação à chamada “teologia da
prosperidade” — doutrina que promete melhorar a condição financeira de seus
fiéis. A neopentecostal brasileira mais conhecida, a Igreja Universal do Reino
de Deus, inaugurou 2.515 templos entre 2010 e 2019. Outra denominação famosa
neste grupo é a Igreja Mundial do Poder de Deus, criadora de 2.310 locais de
culto no mesmo período.
IGREJAS MISSIONÁRIAS
A terceira vertente evangélica
que mais se expandiu no país é das igrejas missionárias — Adventista,
Metodista, Luterana, Batista, Anglicana, Menonita e Presbiteriana compõem esta
categoria. As missionárias incluem algumas das mais antigas igrejas evangélicas
brasileiras, mas o grupo cresceu relativamente pouco na última década,
registrando cerca de 53% de novos templos contra 76% das neopentecostais e
quase 98% das pentecostais.
Em parte, esta desaceleração
das missionárias é resultado de suas estruturas mais engessadas e
hierarquizadas, semelhantes ao catolicismo, que dificulta a reprodução das
igrejas em ritmo tão arrebatador quanto as outras denominações.